Com um trajecto intimista, que se desenvolve desde a década de 90, 3 escultores da área do Porto encontraram no diálogo com a matéria o fundamento da sua expressão artística. Ângelo Ribeiro, João Macedo e Moisés Tomé proclamam através da transformação do aço, do bronze e da pedra, entre outros, o seu processo mimético.
À tradição de apresentação nos “não lugares” surge agora a experimentação da ocupação do “lugar” enquanto espaço autêntico do objecto de arte. Tradicionalmente adaptados a escalas urbanas, as obras presentes nesta exposição privilegiam um diálogo mais individual com o espectador.
O Homem Suave é o título da fase recente de criação que encontramos em Ângelo Ribeiro. Na era do tudo é light, importa questionar o caminho transformista do Homem enquanto espécie exibicionista e individualista. Aço, bronze e cera exploram propostas formais que relacionam o homem no seu meio.
Com João Macedo, “O início era a natureza, depois veio o Homem”. Na natureza, as Arvores também têm cabeça, tronco e membros; A sua representação escultórica é uma respeitosa homenagem a uma das bases da nossa existência. Do artifício técnico da escultura, os vários materiais utilizados (cobre, ferro, inox e pedra) pretendem recriar a natureza vegetal, dar-lhe outras formas e harmonia com os quais nos identificamos e ganhamos cada vez mais uma consciência ecológica.
Em Moisés Tomé vemos um escultor sempre em busca de novas, ou velhas, formas de abordar as diferentes matérias. Apresenta um trabalho apoiado nas antigas técnicas de fundição por cera perdida, no estudo das quais tem focado o seu interesse. Uma ligação ao passado para melhor compreender as fragilidades da nossa existência que despreza por completo o nosso habitat natural.